quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Constellations


Come, lay down here with, let’s stare at the starry sky. No one is around, just you and me and the shining stars in a new moon’s firmament, no artificial lights pollution that fades away the stars in the cities celestial sphere. None of the life’s complications keep it simple, stars, natural light, noiseless and you, especially you.

Let only gravity hold us down, our backs in a perfectly connected to the ground, remember us that we are still on Earth, but our minds far away in the outer space.

If we’re born here on Earth, how the unknown space can exert such an attraction to me, maybe it’s his splendour on those nights, nights I want to share with you because you’re my earthly universe.

Well, gravity it’s not the only powerful strength on this equation, your no is a powerful too. And even so, I go to that place alone, wondering where on this world I can find my earthly universe.

As for you, draw your own constellations, I draw mine, after all what matters is that they shine.

Dawn comes a new day rises, the stars wane but I know they’re still there, so as you.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Viagens no Chá


Degusto na minha inocência um chá de cereja japonesa, provavelmente não é mais do que uma amálgama de aromatizantes diluídos num ordinário chá de virar da esquina. Não custa sonhar, deleito-me com ele mesmo assim, viajo sensorialmente ao País do Sol Nascente.

Há quem veja o futuro nas folhas de chá, olho uma e outra vez o meu chá e nem as folhas vejo, quanto mais o futuro. Ainda penso em abrir a bola que continha as folhas que davam sabor à infusão, mas abandono esse pensamento quase de imediato, além da minha óbvia incapacidade para descortinar o futuro, não sinto a mínima curiosidade em sabê-lo. Prefiro viver erraticamente, sem planear, desfrutar do aqui e agora, não viver nas ânsias do amanhã.

Nas palavras de Pessoa, “Quanto é melhor, quando há bruma, / Esperar por Dom Sebastião, / Quer venha ou não!”.

Os Gregos acreditavam que o nosso Destino era urdido na Roda da Fortuna pelas três Moiras, Cloto, Láquesis e Átropos, gosto desta visão, as Moiras a tecer o meu Destino. Provavelmente neste momento, furiosas com a minha deambulação errática, impossibilitando qualquer previsão, tecendo durante o dia e desfazendo durante a noite, tal qual Penélope na espera por Ulisses.

Espero um dia que o meu fio enlace a um outro de alguém que cruze a minha Vida, para que quando as Moiras se preparem para o cortar encontrem ramificações partindo desses fios emaranhados, juntos nos encontros e desencontros da Vida.

Para já peço apenas que a erosão dos anos não me desvaneça o brilho no olhar que me permite saborear um chá, viajar até ao outro extremo do Mundo e escrever sobre sandices sem sentido.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Efemeridade da Vida



Este Domingo fui passear até à Foz do Douro, após ter visitado o Museu de Serralves e tive um momento de inspiração que me levou a escrever uma mensagem na areia junto ao paredão, que no momento em que bato nas teclas do computador, mais não deve ser de que um pedaço de areia lisa e húmida. Mas é mesmo essa a mensagem que quis passar com as palavras que lá deixei. Na Vida nada é definitivo.

"Aqui ficam estas palavras, até que o Mar as leve e para sempre as apague, porque nada na Vida é inolvidável."
Pedro Almeida 12-12-2010, Foz do Douro

E aqui as deixo até que algum vírus informático vista a pele das ondas e as leve também!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Carpe Diem



"Daqui a uns anos vais estar mais arrependido pelas coisas
que não fizeste do que por aquelas que fizeste. Então solta as amarras.
Afasta-te do porto seguro. Agarra o vento nas tuas velas.
Explora. Sonha. Descobre."


Mark Twain

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Frases Soltas


Sou uma música sem letra
Um espelho sem reflexo
O mar sem ondas
Uma frase sem sentido

Resta-me a melodia
O brilho
O sal
As palavras

Procuro a ode
A reflexão
A brisa
A expressão

Quando encontrar a canção
A imagem perfeita reflectida
A onda encrispada
A frase poética

Talvez me falte a voz
O polimento
A maré
A fala.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Alegoria do Rio


Havia uma pedra, perdida na margem do rio que fluía à sua beira, sonhava atravessar a corrente do rio para a outra margem, lançada por alguém, saltitando em contacto com a límpida superfície do curso de água.
Seria por quem passasse por ela não destrinçar características que lhe permitissem alcançar a almejada margem, seria a sua espessura, seria demasiado tosca, demasiado pesada para alguém a atirar a tamanha distância, o rio fluía e a pedra continuava no mesmo local na margem, fluíam também as pessoas que teimavam em não a atirar.
Até que um dia, uma criança aparece, pega na pedra e sente-a entre os seus pequeninos dedos, como que entendendo verdadeiramente o desejo oculto na pedra.
Pega-lhe, posiciona-a entre o seu polegar e o indicador, a pedra sente-se feliz, vai finalmente tocar a água, saltitar para a outra margem. A dinâmica do movimento fá-la soltar-se dos dedos da criança, salta sucessivamente ao tocar na superfície da água, e a cada salto a felicidade da pedra aumenta, a margem aproxima-se, mas os saltos a início vigorosos e de grande comprimento, sucumbem ao atrito da corrente, diminui a distância de cada salto, até que a pedra apenas desliza, falta ainda caminho até à outra margem, mas a pedra começa a afundar-se, a pedra vê-se coberta de água arrastada na corrente, em semicírculos em direcção ao leito do rio.
Bate no fundo, a luz e o calor da superfície ficram para trás e a pequena pedra apenas sente a corrente do rio passar por ela. Essa mesma corrente fará a pedra alcançar o seu objectivo, esculpindo a sua forma, tornando-a mais hidrodinâmica e ágil, para que assim que atinja novamente a margem, ao sabor de alguma enxurrada, a criança agora já adulta lhe pegue uma outra vez e a atire para o seu propósito, a outra margem.
Até lá a corrente do rio lava-lhe a superfície e a alma.

Nota: Alegoria - Modo indirecto de representar uma coisa ou uma ideia sob a aparência de outra.
"O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."
Alberto Caeiro

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Estado de Espírito / Tempo


"O tempo passa. Mesmo quando tal parece ser impossível. Mesmo quando cada tiquetaque do ponteiro dos segundos dói com o palpitar do sangue sob a ferida. Passa de forma irregular, em estranhos avanços e pausas que se arrastam. Mas lá passar, passa. Até para mim."

Stephenie Meyer, Lua Nova